Uma denúncia bombástica foi revelada à Polícia Federal no Ceará por um homem preso pelo envolvimento com o tráfico de drogas e armas no eixo Rio Grande do Norte-Ceará e conexões no Paraguai. Em declarações na sede da PF, após a deflagração da “Operação Cardume”, em setembro do ano passado, o bandido, que é um dos dirigentes da facção criminosa paulista Primeiro Comando da Capital, o PCC, revelou uma rede de pagamento de propina milionária a delegados e coronéis - agentes da Segurança Pública do Estado. Os nomes apontados pelo suspeito permanecem em sigilo, mas a delação implodirá o Governo Camilo Santana.
Milhões
Preso em outubro do ano passado, “Louro” teria feito a confissão na PF, apontando delegados da Polícia Civil cearense e oficiais da Polícia Militar como beneficiários do dinheiro do tráfico. Ou seja, tais agentes constavam na extensa lista da propina do PCC no Estado. Há a acusação por escrito que um delegado da Polícia Civil teria recebido um repasse de R$ 4 milhões. Outro teria usado uma construtora como “fachada” para lavar a propina. Os suspeitos não foram ainda ouvidos pela PF. Mas, a sigilosa investigação avança.
Antes de sua captura pela Polícia Federal, no ano passado, “Louro” havia sido preso outras duas vezes em 2012. A primeira, quando foi interceptado em seu Corolla na rodovia estadual CE-040, no Eusébio, sendo abordado por inspetores da Delegacia de Narcóticos (Denarc).
Naquela ocasião, “Louro” acabou preso em flagrante com 29 quilos de maconha, na companhia de um pastor evangélico e de outros dois homens, todos identificados como Gleidiano Mafarre da Silva Lima, 26 anos, natural de Angicos (RN), e que seria o pastor; Marciano do Nascimento Alves, 29 anos, natural de Cascavel, e que se identificou como jardineiro; e Antônio Marcos Gomes Monteiro, 34, natural de Natal (RN).
Ainda em 2012, depois de ser libertado, “Louro” voltou a delinqüir e acabou preso após envolvimento no assalto a um banco na cidade de Palhano, no Vale do Jaguaribe (a 163Km de Fortaleza). Passou pouco tempo preso e logo voltou a agir no tráfico.
Conforme o delegado Janderlyer de Lima,chefe da Delegacia de Combate ao Crime Organizado no Ceará (Decor), todo o armamento que a quadrilha do bandido “Louro” usava foi trazido do Paraguai.
Camilo
A delação de “Louro” tende a agravar a crise na Segurança Pública do Governo Camilo Santana. A relação dos suspeitos de envolvimento com a propina do PCC é mantida em segredo.
No último mês de maio, o juiz Danilo Fontenelle, titular da 11ª Vara Criminal da Justiça Federal no Ceará, acatou um requerimento do Ministério Público Federal (MPF) e determinou que "Louro" fosse recolhido a uma ala especial de segurança máxima da Penitenciária da Pacatuba destinada a presos que correm risco de morte.
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