quinta-feira, 7 de julho de 2016

PF deflagra 32ª fase da Lava Jato e mira instituições financeiras

O banco panamenho FPB, que operava clandestinamente no Brasil, e o escritório Mossack Fonseca, especializado na abertura e administração de offshores, são os alvos da Operação Caça-Fantasmas. MP fala em "dupla camada de lavagem de dinheiro"

A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira a Operação Caça-Fantasmas, 32ª fase da Operação Lava Jato(Sergio Moraes/Reuters)


A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quinta-feira a 32ª fase da Operação Lava Jato, batizada de Caça-Fantasmas, que investiga crimes contra o sistema financeiro nacional, lavagem de dinheiro e organização criminosa internacional. Cerca de 60 policiais cumprem 11 mandados de busca e apreensão e sete de condução coercitiva nas cidades de São Paulo, São Bernardo do Campo (SP) e Santos (SP). Os alvos são escritórios e funcionários do FPB Bank, que atuava no Brasil clandestinamente, sem autorização do Banco Central, e o escritório Mossack Fonseca, especializado em abertura e administração de offshores. Edson Paulo Fanton, representante do banco no Brasil, é um dos alvos de mandados de condução coercitiva e busca e apreensão. Ele é tio do delegado da Polícia Federal Mário Renato Castanheira Fanton.

A operação de hoje é um desdobramento da 22ª fase da Lava Jato, deflagrada em janeiro e batizada de Triplo X, da qual a Mossack Fonseca foi um dos alvos. Segundo a Polícia Federal, utilizando-se dos serviços da Mossack, o banco investigado na Caça Fantasmas abria e movimentava contas em território nacional para viabilizar o fluxo de valores de origem duvidosa para o exterior, à margem do sistema financeiro brasileiro. "Os serviços disponibilizados pela instituição financeira investigada e pelo escritório Mossack Fonseca foram utilizados, dentre diversos outros clientes do mercado financeiro de dinheiro 'sujo', por pessoas e empresas ligadas a investigados na Operação Lava Jato, sendo possível concluir que recursos retirados ilicitamente da Petrobras possam ter transitado pela instituição financeira investigada", afirma a PF.

De acordo com a investigação, documentos apreendidos na Triplo X indicam que a Mossack Fonseca e o FPB Bank atuavam em conjunto na constituição e no registro de offshores para brasileiros, inclusive para futura venda a pessoas interessadas em utilizá-las para ocultar patrimônio. A Caça-Fantasmas identificou 44 offshores constituídas pelo escritório por solicitação dos funcionários do banco clandestino.

Fonte: VEJA

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